Os sistemas políticos não são perfeitos, menos ainda os homens que os servem ou deles se servem. Os demagogos prometem o regresso ao paraíso perdido, mas a realidade não é construída por eles, simples joguetes de acaso.
Roma organizou-se como sistema político, administrativo, mas sobretudo militar. As suas conquistas trouxeram territórios e bens a uma região de solo vulcânico apenas fértil em água.
Ao conquistar a Gália Cisalpina, Caio Júlio César (100-49 aC) ganhou fama junto do povo e ódio no Senado duma república apodrecida. Os tribunos da plebe Marco António e Quinto Cúrcio vetaram no Senado a proposta de Metelo Cipião onde se exigia que em Março de 49 aC César deixasse o comando da Gália ou tornar-se-ia inimigo público. Devido a posterior Senatus Consultum os citados tribunos viram-se constrangidos a abandonar a cidade. César seguro que seria aniquilado politicamente se regressa-se sozinho tomou a decisão de, com as legiões do seu comando, ultrapassar o limite da sua jurisdição: o rio Rubicão a 12 de Janeiro de 49 aC. A célebre frase que teria proferido perante os companheiros de armas tornou-se símbolo da ambição de vencer qualquer desafio, decisão sem regresso. Depois do seu assassinato, nesse mesmo ano, o seu nome perpetuou-se como representação do poder concentrado no Príncipe e foi deificado.
Jean Fouquet (ca 1420-ca 1480)-'César atravessa o Rubicão'-iluminura Paris-Musée du Louvre
Jean-Léon Gérôme (1824-1904)-'César atravessa o Rubicão'-escultura Ottawa-National Gallery of Canada
Anónimo-'César atravessa o Rubicão'-gravura in Eva March Tappan (1854-1930); The first old world hero stories. Emperor of Rome, pg. 102
Virgil Solis (1514-1562)-'Deificação de Júlio César'-gravura in Ovídio; Metamorfoses, XV, 745-850
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